Nesta próxima terça-feira, dia 25 de maio, celebramos os profissionais de grande valor no agronegócio brasileiro, os trabalhadores rurais. Eles vão cada vez mais além das técnicas manuais, construindo um novo perfil com olhar inovador e familiaridade tecnológica, colaborando para um agro ainda mais eficiente.
Foi o trabalho deles que fez com que, mesmo com as adversidades econômicas causadas pela pandemia da Covid-19, o setor fosse um dos únicos que teve impacto positivo no PIB de 2020 e continua entregando grande valor. Por isso, o agronegócio é um mercado que não para de crescer no Brasil.
Embora muitas vezes esse profissional ainda seja retratado como uma pessoa dedicada somente ao trabalho manual, a realidade é que este cenário vem mudando cada vez mais nos últimos anos. Hoje, 84% dos agricultores brasileiros usam pelo menos uma tecnologia como ferramenta de suporte ao seu trabalho, segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) — e a perspectiva é de que o número cresça cada vez mais.
“As tradicionais técnicas de produção e o vasto conhecimento tácito dos produtores continuarão ocupando um papel central nos processos rurais. No entanto, a nova realidade digital exige que os profissionais da área estejam abertos e preparados para se conectarem com as mudanças que acontecem no agronegócio e no mundo, na busca contínua por melhoria de resultados “, comenta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, que fornece soluções digitais para o campo.
Com softwares e hardwares inovadores que otimizam desde o planejamento até a análise das operações de campo, a transformação digital vai se consolidando. Com ela, vem a formação de um novo perfil do trabalhador rural: se, antes, bastava ter conhecimentos sobre agronomia, meteorologia e logística; hoje, entender de tecnologia da informação e ferramentas digitais já são pré-requisitos.
Características como um olhar técnico e analítico, capaz de interpretar os dados apresentados pelas novas soluções tecnológicas e tomar decisões de forma ágil e precisa, tornam-se essenciais, segundo Bernardo. “O conhecimento sobre a aplicação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial e Edge Computing deixará de ser diferencial e se tornará uma necessidade para quem quiser se manter à frente de operações do campo em breve”, complementa.
Os outros profissionais do agronegócio
O trabalhador do campo continua sendo o protagonista das produções rurais. Porém, é com o apoio das tecnologias para o setor que ele tem conseguido aumentar constantemente a produtividade e a eficiência em suas operações.
Por isso, atualmente, o perfil do profissional agro está ampliado, passando a contar não somente com profissionais de ciências agronômicas, mas também com outras áreas da engenharia, desenvolvedores de software, pesquisadores e cientistas de computação e de dados. “São eles que contribuem com a criação e a disseminação dessas tecnologias usadas pelas equipes em campo e pelos gestores empresariais. Engenheiros de controle e automação, aeroespaciais e mecatrônicos, por exemplo, têm um crescente papel na produtividade do agronegócio com suas colaborações para a automação agrícola e a agricultura de precisão”, reforça Bernardo.
Seja no futuro, seja no presente, é a preocupação com a inovação que marca o perfil do profissional do agronegócio e que permite que esse mercado, tão importante historicamente para o país, mantenha seu crescimento mesmo em meio às adversidades.