Graças ao crescente volume de dados disponíveis e coletáveis é possível analisar, com algoritmos específicos e tecnologias cada vez mais refinadas, padrões interessantes que embasam tomadas de decisões e fornecem insights sobre melhorias.
A implementação de tecnologia na cadeia produtiva leiteira é uma realidade cada vez mais atrativa aos produtores e que está presente desde o cuidado diário com o rebanho, até a aquisição do produto pelo consumidor.
Ações como identificar animais pelo focinho ou pelo padrão de pelagem através de visão computacional, predizer capacidade produtiva de leite baseada em características genéticas, realizar diagnóstico precoce de mastite, determinar condição de escore corporal, verificar qualidade e quantidade ideal de alimento fornecido por animal, e avaliar conforto térmico e bem-estar dos animais é uma realidade cada vez mais frequente nas fazendas.
Com importante papel de agregar valor à produção leiteira, trazendo mais segurança e qualidade nos produtos lácteos, existe uma gama de tecnologias disponíveis para o produtor e que ajudam a fazenda a ter melhores resultados. A mais comum delas são os robôs, como são classificadas as ordenhadeiras automatizadas, que reduzem os índices de contaminação do leite se comparado aos processos manuais.
Já a inteligência artificial (IA) consiste em um software em que os dados inseridos são compilados e correlacionados, traçando probabilidades de causa e efeito, e ajudando pecuaristas e trabalhadores da cadeia produtiva do leite a tomarem decisões mais assertivas para conseguirem melhores resultados.
“A quantidade de dados que temos disponíveis hoje são promissores para uma pecuária leiteira com melhores resultados, mas se o pecuarista não consegue interpretar estes dados da forma mais adequada para a sua fazenda, estes dados são inúteis. A inteligência artificial tem o papel de classificar estes dados e fazer o computador pensar, buscando padrões ou tendências já conhecidas. A partir daí, são fornecidas as informações que o produtor deseja”, elucida Cristian Martins, diretor de inovações da OnFarm.
“O aprendizado da Inteligência Artificial é contínuo e se aperfeiçoa cada vez que novos dados são inseridos no sistema. Quanto mais dados, mais precisos são os resultados e mais robusta é a tomada de decisão”, conta.
De acordo com dados da Embrapa, embora o rebanho ordenhado do Brasil tenha caído de 22.9 milhões de cabeças (2010) para 16.3 milhões em 2019, a produção por vaca aumentou de 1.300 para 2.100 litros de leite por animal por ano. Isso ocorre devido a um conjunto de fatores que interligam as tecnologias à saúde e bem-estar dos animais.
Uma vez que o produtor tem uma previsibilidade sobre a produção de leite de cada indivíduo fica mais fácil perceber, por meio dos dados de ordenha, se as necessidades de alimentação, sanidade e conforto térmico do animal estão sendo atendidas. Quando isso acontece, os animais alcançam com mais facilidade o seu melhor índice produtivo. Quando a produção reduz, é um alerta de que algo não está ok e melhorias precisam ser feitas.
“Outro ponto relevante para a pecuária leiteira é a possibilidade de identificação precoce de doenças, como por exemplo a mastite, que interfere não apenas no bem-estar e desempenho produtivo da vaca, mas também na qualidade do leite. A intervenção rápida e a adequada identificação da causa da mastite reduz em torno de 30% a 50% a utilização de antibióticos e, por consequência, o descarte de leite, amenizando os prejuízos na produção”, explica Cristian.
Já o outro lado da linha de produção, é possível para o consumidor final ter acesso a dados de rastreabilidade, que compreendem desde o local de produção de leite, seu transporte aos pontos de processamento e industrialização, até o local de venda. Esse acesso às informações aumenta a segurança do processo e a sensação de familiaridade com aquele produto, deixando o consumidor mais próximo do pecuarista.
Com a modernização de processos e uma maior utilização de Inteligência Artificial, como as inovações que a OnFarm já programa para 2022, é evidente que a evolução tecnológica do agronegócio já é realidade, aprimorando os processos e trazendo benefícios para o produtor, para o rebanho e para o consumidor, contribuindo para uma pecuária leiteira mais sustentável, lucrativa e saudável.