O pesquisador da Embrapa Soja de Londrina- PR, José de Barros França Neto, alertou os produtores, no dia 24 de março, sobre os altos índices da presença de sementes de soja esverdeadas na safra 2019/2020. A ocorrência chega a níveis de 30%, 40% e até mesmo 50%. As regiões mais afetadas são as do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Isso acontece, pois, segundo o pesquisador, ocorreram secas associadas com altas temperaturas na fase de maturação e de pré-colheita. “Nessa situação ocorre uma maturação forçada das sementes devido à morte prematura da planta. Com essas altas temperaturas, duas enzimas do magnésio são desativas. As enzimas são justamente as responsáveis pela degradação do pigmento verde que a clorofila deixa na soja em uma situação normal de coloração amarela”, explica França Neto.
Essa situação acaba prejudicando tanto o grão, já que nos processos de esmagamento e de produção de óleo, será necessário realizar uma filtragem especial para retirar a clorofila, quanto à semente, onde o problema é agravado, já que as sementes esverdeadas têm a germinação e o vigor reduzidos. A presença das sementes esverdeadas pode ser tolerada em até 09% da colheita, acima desse número fica necessário realizar a remoção delas. O pesquisador indicou alguns cuidados especiais para os produtores que estão enfrentando essa dificuldade, como o uso de maquinário que seleciona sementes com base em cor e tamanho, considerando que as sementes esverdeadas tem coloração diferente da esperada e são menores. Como resultado, haveria uma melhora na qualidade fisiológica do lote. Outra opção fornecida por França Neto é tentar preservar a qualidade das sementes, armazenando-as em condições climatizadas com temperaturas baixas, por volta dos 10 ° Celsius e com 60% UR.
O pesquisador relata que ainda não há levantamentos de quantos lotes serão descartados, mas revela que o prejuízo com essas sementes esverdeadas será alto.
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