A pandemia do coronavírus causa a morte de milhares pelo mundo todo, mas não só pelas suas infecções respiratórias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou o aumento global da violência doméstica dirigida a crianças e mulheres, em meio ao isolamento social determinado pelas governanças.
Com as restrições de movimentação impostas, a casa que deveria servir como um porto seguro torna-se um local de ameaças e agressão. Em estudo liberada pela entidade, as estatísticas apontam que um terço das mulheres em todo o mundo experimentaram alguma forma de violência em suas vidas.
As conseqüências desses atos tem grande impacto na saúde física, sexual, reprodutiva e mental das mulheres. Mais da metade das 87 mil mulheres que foram intencionalmente assassinadas no ano de 2017 foram mortas por seus parceiros ou familiares. Em São Paulo, o atendimento da Polícia Militar à mulheres vítimas de violência aumentou em quase 45% no período da pandemia.
No atual cenário mundial e em homenagem ao Maio Laranja, mês que marca a instituição da Lei Federal 9.970/2000 que definiu o dia 18 como o Dia Nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, as mulheres do agronegócio do país se uniram no lançamento da campanha #oagroporelas, uma hashtag que tem o intuito de fortalecer e aumentar o alcance, incentivando as pessoas a não se calarem e denunciarem qualquer tipo de abuso sexual presenciado contra crianças e adolescentes.
As representantes do movimento gravaram e postaram em suas redes sociais um vídeo falando sobre a importância da denuncia em casos de abuso e convidando os cidadãos brasileiros a participar dessa corrente de conscientização. Andréa Cordeiro, escritora e CEO da Mulheres do Agronegócio Brasil, explica que o objetivo da campanha é conscientizar a sociedade sobre a importância de estar vigilante. “Muitas crianças e jovens são abusadas e aliciadas e isso traz conseqüências horríveis para suas vidas. A tolerância para esse tema precisa ser zero. Precisamos fazer que a sociedade entenda que o errado é não denunciar. Precisamos nos apoiar de diversas maneiras e dar vozes a essas crianças e adolescentes através de uma campanha de conscientização é dar o primeiro passo”, diz Cordeiro.
Quem quiser aumentar e fortalecer a campanha pode gravar um vídeo e compartilhas nas redes sociais utilizando a #oagroporelas – e qualquer indício de abuso ou exploração, denunciar: disque 100.