Um total de 16 apicultores clandestinos, 31 apiários com 1800 colmeias foi o resultado da fiscalização sanitária realizada em quatro propriedades nas áreas da Suzano Papel e Celulose, nos municípios de Itatinga, Avaré e Borebi, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária, em conjunto com a Polícia Estadual Ambiental.
A ação foi realizada nos dias 9, 10 e 11 de fevereiro de 2021 para identificar presença de colmeias sem autorização prévia para instalação em áreas de silvicultura, identificar a origem e as condições sanitárias das mesmas.
“A Defesa Agropecuária irá tomar as medidas sanitárias cabíveis neste caso, identificado e autuando os infratores por movimentar as colmeias sem o documento sanitário (GTA) e notificá-los para que retirem as colmeias do local. Também coletamos amostras suspeitas de Aethina tumida em 20 apiários”, disse a médica veterinária Maria Carolina Guido, responsável pelo Programa Estadual de Sanidade das Abelhas.
O objetivo da ação conjunta foi o fortalecimento da cadeia apícola do Estado, através do incentivo de regularização da atividade junto ao órgão de Defesa Sanitária, pois os apicultores clandestinos oferecem risco à saúde das abelhas por não terem as condições sanitárias conhecidas, além de gerar competição por alimento com as abelhas de apicultores regularizados, podendo acarretar em queda de produtividade.
Para que as colmeias sejam transportadas entre propriedades, seja dentro do município, entre municípios ou entre Estados, é necessária a emissão da guia de trânsito animal (GTA), que identifica a origem e o destino das colmeias para assegurar a rastreabilidade das colônias e é emitida a partir de um cadastro desses apicultores junto ao Serviço de Defesa Sanitária Estadual. “É importante ressaltar que esses apiários clandestinos, na grande maioria das vezes, estão invadindo área de preservação permanente (APP), o que também contraria a Legislação Ambiental” disse a veterinária. Também participaram da ação os médicos veterinários Renata Sordi Taveira, Matheus Braga Martins, Ricardo Scioli Dal Colleto e Guilherme Shin Iwamoto Haga.
Programa Colmeias
O Programa Colmeias é uma iniciativa da Suzano Papel e Celulose, iniciada há 18 anos com o objetivo de gerar renda e promover o desenvolvimento sustentável no campo e o fortalecimento da cadeia apícola por meio de ações como o incentivo da estruturação de associações, capacitações técnicas e manejo. O Colmeias apoia 17 associações de produtores nas regiões do Vale do Paraíba, Oeste e Sul do estado de São Paulo. Somente neste ano, o programa se estendeu a comunidades de quatro municípios: Botucatu, Avaré, São Miguel Arcanjo e Itararé, que recebem suporte para aprimorar a produção e alcançar novos mercados.
Por meio deste programa, apicultores da região sul do interior de São Paulo, conquistaram uma marca inédita e fecharam a safra 2020 com uma produção de 358 toneladas de mel. O volume corresponde a um aumento de 8,5% em comparação à safra de 2019, quando produtores obtiveram safra de 330 toneladas de mel, gerando uma receita bruta estimada em R$ 1,8 milhão.
A maior parte da produção de mel, cerca de 70%, sai com selo de procedência orgânica e é exportado para países na América do Norte, Ásia e Europa. O restante é envasado para abastecimento do mercado interno e também para atendimento a políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ambos do governo federal. “É gratificante observar a evolução dos apicultores do Colmeias, que conseguiram atingir um alto nível no manejo e beneficiamento, seguindo todas as normas de higiene e segurança.
Como consequência, melhoraram a produtividade e ampliaram o mercado, reforçando a renda familiar. Os apicultores estão mais participativos, aumentaram sua representatividade na região e hoje, celebram essa produção histórica, resultado da superação e da união de todas as associações da região”, diz Israel Batista Gabriel, coordenador de Desenvolvimento Social da Suzano.