Bruno Rigo/Revista Agrícola
Na manhã do dia 17 de março, o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Antônio Sampaio, reuniu os jornalistas para uma coletiva de imprensa na sede da SRP, no Parque de Exposições Ney Braga, para anunciar que a 60ª edição da feira agropecuária está oficialmente suspensa por tempo indeterminado, devido ao surto do novo coronavírus (Covid-19), em todo o mundo e que, recentemente, chegou ao estado paranaense.
Após os decretos do governador do estado do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e do prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), não houve outra alternativa a não ser o veto do evento. “Ontem (16), às cinco e meia da tarde, tivemos o posicionamento oficial do Governo do Estado do Paraná com o decreto liberado. Em cima dele pudemos divulgar a nossa decisão”, conta Afrânio Brandão, ex-presidente da rural e atual vice no mandato de Sampaio. “Temos que justificar o rompimento dos contratos feitos. Não posso chegar para, por exemplo, as empresas de bebida e falar que paramos por vontade nossa. Judicialmente eles podem entrar contra nós, daí teremos um prejuízo monstruoso”, reflete.
Segundo Antônio Sampaio, mais de 8.000 trabalhadores temporários ficarão sem renda, 300 expositores não apresentarão seus trabalhos, todos os shows estão cancelados e há um prejuízo incalculável. O presidente da sociedade também comentou que: “todos que já compraram ingressos ou pagaram uma parte, serão reembolsados”.
A SRP lamenta ter de suspender o evento, entretanto, explica que é para um bem maior: “mesmo sem casos de transmissão doméstica, fomos orientados a não realizar a Expo, por conta do fácil contágio desse vírus”, explica Sampaio.
A responsável técnica pelo setor animal da parte bovina, Neusa Soni Jamus, diz que o sentimento geral é de tristeza. “Para nós que vivemos disso aqui, é muito triste”. “Paramos com angústia e dor”, finaliza Brandão.
Nos 60 anos de ExpoLondrina, essa é a primeira vez em que o evento é suspenso.