Estudo avaliou indicadores de 59 cooperativas agropecuárias do estado e sua relação com o PIB e o IPDM-Renda
O setor agropecuário é uma das forças da economia paranaense. Em 2021, dado mais atualizado, o Valor Bruto da Produção chegou a R$ 180,6 bilhões, o maior da história, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo estadual. Nesse cenário, as cooperativas ocupam uma posição relevante, pois cerca de dois terços da produção agropecuária contam com alguma participação direta das cooperativas.
A pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais (PPGCOOP), da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), intitulada “Contribuição Econômica e Social das Cooperativas Agropecuárias Paranaenses e Sua Relação Com o PIB [Produto Interno Bruto] e o IPDM-Renda [Índice Ipardes de Desempenho Municipal]” teve como objetivo avaliar a participação das cooperativas no desenvolvimento econômico-social do estado.
“A contribuição do movimento cooperativo à sociedade é perceptível. Ainda é, contudo, difícil de ser medida. Ao estudar a relação dos indicadores das cooperativas com PIB e com o IPDM-Renda, buscou-se deixar a contribuição cooperativista mais evidente. Com os resultados, podemos sugerir a adoção de políticas públicas ou de parcerias públicos-privadas que mirem o estímulo ao desenvolvimento vinculado ao cooperativismo, com sua aplicação direcionada especialmente as localidades que apresentem baixos índices”, comenta Edson Luis Carvalho Souza, pesquisador do PPGCOOP da PUCPR.
Para realizar a pesquisa, Souza recorreu à base de indicadores econômicos e sociais, como número de associados, capital próprio, empregos gerados, total de receitas e investimentos, entre outros, de 59 cooperativas agropecuárias distribuídas pelo estado, abrangendo o período de 2010 a 2018. Esses indicadores foram relacionados ao PIB do Paraná, soma de todos os bens e serviços finais produzidos no estado, e ao IPDM-Renda, índice que mede o desempenho dos municípios em termos de renda.
Os resultados apontam que o cooperativismo ajuda a construir uma sociedade democrática e sustentável nas dimensões econômicas e sociais. Essas organizações influenciam o entorno de maneira positiva, fortalecendo o comércio local, impulsionando o surgimento de cadeias produtivas e ajudando a gerar emprego e renda.
“Um movimento que representa milhares de pessoas que compartilham dos mesmos ideais é, sem dúvida, uma alternativa colaborativa de mercado e produção, com benefícios a todos os envolvidos. O cooperativismo é um impulsionador para o desenvolvimento”, acrescenta Souza.