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Importação de fertilizantes para o Brasil deve ser afetada por impactos da guerra no leste europeu

 

Diante da guerra no leste europeu, o que conseguimos enxergar são as dificuldades ao considerarmos que o Brasil é dependente de 25% da demanda de fertilizantes vindos de Rússia e Belarus, países importantes na importação desses insumos para o mundo. Pensando que todo ano o Brasil cresce em área de produção, talvez essa porcentagem aumente. No momento, a demanda de fertilizantes para a safra de inverno 2022 não deve ser afetada pelos conflitos. Mas qual é a preocupação? A safra que será plantada a partir de setembro/outubro de 2022 no hemisfério sul, mercado com foco principal no Brasil. A grande questão é que, mesmo se a guerra acabasse hoje, um elo já foi quebrado e pode levar anos para que todos os trâmites de logística se restabeleçam, como aconteceu após o acidente com um navio no canal de Suez em 2021, que afetou a logística global e até hoje não foi resolvido.

A guerra já atrapalhou o setor e não temos a mínima chance de recuperação total em 2022. E é difícil imaginar o quanto o mercado brasileiro de fertilizantes será afetado pelo conflito no Leste Europeu. Outro problema grave são as sanções que foram estabelecidas, boa parte das companhias que operam no Brasil são empresas americanas e europeias – e com as sanções para Rússia e Belarus, a maioria delas não poderá comercializar com esses países. Então, respeitando as regras do jogo e da geopolítica internacional, teremos muitas dificuldades até esses embargos caírem, o que vai demandar um certo tempo.

Mas, enquanto isso, o produtor brasileiro pode pensar em alternativas para reduzir o uso de fertilizantes sem falhar na nutrição das plantas, o que exige um estudo minucioso. Embora cada produtor precise encontrar a solução que mais se encaixe à sua realidade, as alternativas podem ser: em solos e condições que permitam, realizar a adubação de reposição, com base na exportação de cada cultura e utilizar produtos com alta eficiência na absorção e translocação de nutrientes na aplicação foliar, como são o caso das tecnologias Manni-Plex e Smart System, otimizando o investimento do produtor com a entrega de resultados reais no campo.

A redução da dependência interna no Brasil não ocorrerá no curto prazo, mas é prioritário que este tema seja trabalhado com mais seriedade e com planejamento, mesmo quando a fase crítica da guerra passar. O uso de fertilizantes de forma mais racional pode levar a uma redefinição significativa no consumo do insumo. Isso não implica reduzir a importância do uso de fertilizantes para a produtividade das lavouras, mas adotar um manejo mais sustentável e aplicações mais eficientes. Trata-se de um plano estratégico a longo prazo para o setor, que precisa ser colocado em prática o mais breve possível.

*Wladimir Chaga é presidente da BRANDT do Brasil

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