No dia 11 de agosto, a Ministra Teresa Cristina assinou o documento onde o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que reconheceu o estado do Paraná como livre da febre aftosa sem vacinação. O arquivo foi entregue na quarta-feira (19) à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A Instrução Normativa determina como livres de febre aftosa sem vacinação os Estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia, além de partes de Mato Grosso e Amazonas, e deve ser publicada dia 1° de setembro no Diário Oficial da União.
O reconhecimento, que retorna em 2021, deverá permitir que os produtores paranaenses melhorem seus mercados. Foi em novembro de 2019 que os pecuaristas do Paraná suspenderam as vacinas de febre aftosa e passaram a impedir a entrada de bovinos e bubalinos de outros estados.
Como medidas preventivas, no começo do ano, o Paraná só recebia animais que viessem de Santa Catarina, único estado que tinha o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação.
De outra forma, animais vindos de outros estados precisavam ser fiscalizados. O Paraná consolidou 33 Postos de Fiscalização de Trânsito Agropecuário (PFTA), na divisa com Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul e na fronteira com o Paraguai. Essas vistorias foram decisivas para fortalecer os sistemas sanitários.
Melhores mercados
O selo do OIE reconhecerá o Paraná como livre da febre aftosa, pois, de certa forma, é um modo de demonstrar que as medidas sanitárias estão sendo tomadas, e por isso está apto para vendas. Com isso, o reconhecimento internacional deve ser o foco de muitos pecuaristas, porque o preço do gado deve melhorar. Nesta nova etapa, os mercados mundiais podem comprar as carnes bovinas, com cortes que demandam mais sofisticação e, por isso, elevar os preços.
Atualmente o Paraná não exporta suínos para os países que mais consome e, contudo, é o segundo maior produtor na suinocultura. Com o novo aval sanitário será possível direcionar os mercados de suínos para países que importam essas carnes, como México, Japão, Coréia do Sul e União Europeia, que ainda não compram as carnes paranaenses.
Os resultados obtidos vieram através de anos de avanços tecnológicos e também investimentos do setor privado.
“O Paraná é exemplo de mobilização, o que faz do nosso Estado um exemplo para o mundo”, reflete o médico veterinário Ronei Volpi, hoje diretor-executivo do Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Paraná (Fundepec), coordenava o núcleo de defesa agropecuária do Sudoeste do Paraná nos anos 1970. “Com conhecimento de causa ao longo de todos esses anos, posso dizer que hoje a cadeia produtiva só está preparada para conquistar o status de livre de febre aftosa sem vacinação porque foram feitos esforços por inúmeras pessoas. Muitas dedicaram suas vidas à construção do sistema sanitário mais robusto do Brasil atualmente”, enfatiza. (Sistema FAEP).