Apenas entre 1 e 2% da produção mundial de soja possui a certificação responsável, mas a presidente da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS), Marina Engels, acredita que esse cenário pode aumentar nos próximos anos se a demanda por créditos e a produção aumentar.
O Conselho Executivo da RTRS aprovou recentemente apoio ao Manifesto do Cerrado, uma declaração elaborada por mais de seis organizações do Brasil que convida as empresas e os investidores a tomar medidas urgentes para garantir que suas cadeias de suprimentos de soja e carne não contribuam para desmatamento e conversão de áreas naturais para a agricultura.
Os signatários argumentam que o Manifesto poderia inspirar ações nos moldes da Moratória da Soja Amazônica, em que o setor privado aprendeu que é possível produzir commodities, evitando cadeias de suprimentos relacionadas ao desmatamento, mas Engels declara que o board RTRS não pensa que a moratória é uma solução duradoura.
“Embora apoiemos o manifesto, acreditamos que a certificação RTRS é uma maneira possível de ajudar os agricultores a produzir de forma ainda mais sustentável em longo prazo. Precisamos motivar os agricultores a avançar nas práticas agrícolas sustentáveis e para a certificação como uma opção”, comenta.
As fazendas de soja no Brasil são muito mais sustentáveis do que costumavam ser. “É um trabalho em progresso”, enfatiza. “Muitos agricultores da região do Mato Grosso, por exemplo, tem o programa Soja Plus, o que facilita a mudança na certificação RTRS”, acrescenta. Ela diz que a certificação RTRS vem com o bônus de créditos, que podem ser vendidos no mercado aberto, entre outros benefícios