A região, considerada uma das mais promissoras fronteiras agrícolas do Brasil, tem na irrigação o principal vetor de seu forte desenvolvimento agrícola. Uma das empresas expositoras inovará com montagem de pivô central que estará irrigando dentro da feira, que vai de 31 de maio a 4 de junho
Produtores da chamada região Matopiba, anagrama composto pelas siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, devem compor a maioria dos cerca de 70 mil visitantes esperados para a Bahia Farm Show 2022, que segue até o dia 4 de junho, no município baiano de Luís Eduardo Magalhães. A região, considerada uma das mais promissoras fronteiras agrícolas do Brasil, tem nas tecnologias de irrigação o principal vetor de seu forte desenvolvimento agrícola nos últimos anos. Para se ter uma ideia, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre 1985 e 2015, no Matopiba o número de pivôs centrais instalados saltou de 13 para 1.548.
Ainda conforme dados da Embrapa, os municípios com maior densidade e área relativa ocupada por pivôs centrais têm sido Barreiras/BA, Luís Eduardo Magalhães/BA, São Félix do Coribe/BA e São Desidério/BA. Nos Estados do Tocantins, Piauí e Maranhão, os municípios com maior área relativa ocupada por pivôs são, respectivamente, Pedro Afonso/TO, Guadalupe/PI e Riachão/MA.
É de olho nesse enorme potencial que a Pivot Máquinas Agrícolas e Sistemas de Irrigação está entre as mais de 360 empresas expositoras da Bahia Farm Show, que começou no último dia 31. “Essa é a segunda edição em que participamos. A primeira foi em 2019, ano em que justamente chegamos à Bahia, com nossa loja em Luís Eduardo Magalhães. Nossa expectativa para o evento é a melhor possível. Até porque no ano passado foi o nosso recorde de vendas e para 2022 esperamos, no mínimo, igualar aos números que tivemos no ano passado, que foi realmente espetacular”, afirma João Morais, gerente comercial da Pivot na região do oeste baiano.
A Bahia Farm Show é uma das feiras agrícolas do país mais disputadas por players do agronegócio, não só por estar numa das regiões mais produtivas do Brasil, mas por receber um público bastante amplo, conforme explica Morais. “Além de receber produtores do oeste da Bahia, também atende ao público da região do Matopiba, especialmente produtores do Tocantins. Há também muitos produtores vindos da região central da Bahia, do outro lado do Rio São Francisco. Também, até por ser estados que fazem divisa com a Bahia, a feira recebe uma grande quantidade de visitantes vindos de cidades de Minas e Goiás, especialmente do norte noroeste mineiro, e do leste goiano”, esclarece o gerente comercial da Pivot.
Inovação
Para a Bahia Farm Show, considerada a maior feira agrícola do Norte Nordeste Brasileiro, a Pivot promete levar uma inovação, conforme explica João Morais. “Iremos montar na feira um equipamento completo de pivô central, igual fizemos recentemente na AgroBrasília. Vamos irrigar esse sistema que montaremos lá. Será uma ação inédita na Farm Show. O equipamento que usaremos para essa demonstração é um dos mais modernos que temos. Trata-se de um equipamento Lindsay modelo 9.500, o mais robusto que temos”, detalha o gerente da Pivot.
Segundo João Morais, a ideia é mostrar aos visitantes na prática as soluções tecnológicas agregadas aos sistemas de irrigação da Lindsay, fabricante representada pela Pivot na Oeste da Bahia. “Esse equipamento que iremos montar conta com o FieldNET, que é um moderno sistema de monitoramento e controle das atividades de irrigação. Com essa tecnologia, você consegue ter o controle de tudo na palma das mãos, gerenciando toda a área irrigada de forma remota, através do celular. Além disso, o FieldNET Advisor oferece recomendações diárias para ajudar a atender às necessidades atuais da propriedade”, explica João Morais.
Potencial
A região do Matopiba abriga 14 dos 100 municípios mais ricos do agronegócio brasileiro, conforme levantamento do Ministério da Agricultura e do IBGE, com destaque para as cidades de São Desidério (BA), a segunda mais rica; e Formosa do Rio Preto (BA), em quinto lugar. Oficializado em 2015, a região reúne 337 municípios, 31 microrregiões e representa um total de cerca de 73,1 milhões de hectares (51% da área dos quatro estados).
Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Matopiba, a área plantada total de grãos e fibras, puxada por soja, milho e algodão, chegará a 8,4 milhões de hectares neste ciclo de 2021/2022, 2,60% mais do que o anterior. A produção deverá avançar 3,80% na comparação, chegando a 28.2 milhões de toneladas.
A cultura que se destaca, entre as principais regiões produtoras do Matopiba, é a soja. O lugar já é responsável por quase 12% da produção nacional do grão, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas outras culturas como arroz, milho e algodão também têm papel importante.
Atualmente, o Matopiba responde por aproximadamente 10% da produção brasileira de grãos e fibras, principalmente soja, milho e algodão. O estudo “Brasil – projeções do agronegócio – 2019/2020 a 2029/2030”, elaborado pelo Ministério da Agricultura, aponta que, em dez anos, essa fronteira agrícola produzirá cerca de 32,7 milhões de toneladas de grãos em 2029/30, numa área plantada de 8,9 milhões de hectares. Entre os fatores que têm atraído investidores para a região, estão os preços ainda relativamente mais baixos de terras, em relação a áreas no Centro-Sul do País, assim como a topografia plana, a boa luminosidade e a chegada de tecnologias que viabilizaram o plantio de grãos.